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sábado, 29 de outubro de 2016

Transformando o que foi descartado...

Havia uma parte do jardim no condomínio onde até a grama tinha dificuldade de crescer, devido ao solo ressecado por causa das raízes das mudas de palmeiras plantadas pela construtora desde que entregou os  prédios.
As palmeirinhas cresceram.Suas raízes se espalharam de tal forma que causou infiltração na garagem porque estas raízes penetraram até nos canos que deveriam levar o excesso da água da chuva a um lugar seguro. Foi gasto um bom dinheiro para fazer novos ralos, e levantar uma parte do piso onde as raízes se infiltraram feito praga. No jardim, parecia que nada ia ficar bonito ali, mas não podíamos tirar todas as palmeiras.
Andando por perto da lixeira vi alguns tijolos quebrados, um vaso de plástico, umas pedras, algumas daquelas " tartarugas amarelas" que se colocam nas ruas para diminuir a velocidade dos carros...
Logo tive uma idéia.
       E levei aos poucos, tudo aquilo que parecia não servir mais pra nada, para o meu terraço.
Com a ajuda de meus pincéis, juntando umas coisas aqui e ali, mais a criatividade e disposição para o trabalho, consegui fazer o que mais gosto: - Transformar algo que parecia feio, inútil ou estragado, em algo bonito. Se gostarem da idéia, inspirem-se! Posso garantir que é trabalho que dá enorme prazer! (clicar nas imagens para aumentar)


Não posso esquecer que tive um
ótimo companheiro durante o trabalho:
- o CACAU.

Em boa companhia, qualquer trabalho fica mais agradável.





Se quiserem ver o resultado,
olhem mais um pouquinho, nas fotos de baixo.

Este é um bom exercício para a gente treinar nosso modo de ver o mundo, não deixando de enxergar o lixo, os erros, o que parece não ter mais remédio... e depois fazer uma opção para não se deixar abater mais do que a vida e as perdas já nos abate. Pois, em grande parte das vezes, a gente pode transformar as coisas, ou nossa maneira de ver o mundo e lidar com ele.







veraalvarenga.





sábado, 5 de setembro de 2015

A árvore está velha...mas os frutos, doces!

Se eu guardar pra mim, tenho a posse e portanto o poder?
Parece que é assim com o dinheiro, por isto tanta ganância e usura...
... mas o conhecimento é uma outra coisa. Intuitivamente e cada vez mais conscientemente agora, o ser humano sabe que conhecimento precisa ser partilhado, e que compartilhar de seu "tesouro" é uma das formas de se viver, depois da morte... deixar no mundo um pouco de si. E é claro, que seja para o bem, é uma escolha que, não sem enfrentar dificuldades, muitos fazem, quando não pensem só em suas vaidades mas na tranquilidade de suas consciências e em ser coerentes com seus princípios humanitários.
   Penso que o conhecimento é, desde o início dos tempos, uma luz que nunca se apaga, e quando usado com humanidade e respeito à vida, pode iluminar o mundo.
  Assisti ontem uma entrevista com o neurocientista Miguel Nicolelis e depois, por coincidência um filme( acho que era Lucy). O que ficou bem claro pra mim nas 2 oportunidades foi a constatação de que, é maravilhoso quando a mente criativa do ser humano e sua sede de conhecimento são incentivados e direcionados para o bem(alcançar qualidade de vida melhor para os viventes, evitando ao máximo destruir). E que o conhecimento partilhado/transmitido para este fim, pelos que tiveram acesso a ele, é um sonho, é até mesmo uma razão de viver para aqueles que percebem a importância de contribuir, de cooperar, de deixar a melhor parte de si no mundo ( e falo desde a mãe ou o homem simples do campo que transmitem seus saberes para os filhos ou próximos, até os professores que ensinam com carinho e os nobres cientistas que se isolam em seus laboratórios durante anos, até passarem a outros o que descobriram, visando o benefício não só de seus umbigos). Parabéns aos que tem o dom e podem usá-lo! 

   Tanto o filme quanto a entrevista me fizeram lembrar de meus filhos. Tenho 3 filhos - um deles, o Robson, quando menino me disse uma vez , a respeito de se envelhecer, mais ou menos assim : - Mãe, quando a gente ficar velho precisa ensinar o que sabe. De que vale ficar velho se não puder ensinar alguma coisa? E os outros 2, Rodrigo e Roberto, desde a faculdade descobriram que gostavam de "dar aula para os colegas que tivessem dificuldade nas matérias que, por ventura eles não tinham muita". 
  Eles são diferentes entre si, em inúmeros detalhes, mas também tem muito em comum. Cada um, diante de experiências pessoais e das dificuldades, aprendeu a lutar duro para manter-se íntegro e coerente com seus valores, que reconheço serem morais e humanitários, além de, é claro, atender às suas próprias necessidades.
   Cada um, à sua maneira, compartilha seus sonhos, divide e beneficia outros com aquilo que tem em suas mãos que foi resultado de seu empenho, responsabilidade, aprendizado,horas, dias e meses de trabalho e dedicação. Cada um tenta modificar o que está estabelecido para o benefício de mais pessoas, mesmo que isto lhes custe um valor alto a pagar. 
   Relembrando algumas coisas do que observei na vida profissional deles, vejo algo comum na atitude dos tres! Eles sempre procuraram, desde o primeiro momento que entravam no seu ambiente de trabalho, idealizar, colocar em prática, dar exemplo de como  viver algumas soluções que podiam trazer benefício, conforto ou bem estar, não só para si mesmos mas para todos os que estavam próximos! 
   Creio que o pai contribuiu muito com o exemplo  de integridade, esforço pessoal e perseverança na luta pelo que acreditam certo. Creio que eu contribuí  com a determinação de buscar justiça, portanto, de considerar e ouvir o outro, e com a idéia de que se podia libertar a mente através do conhecimento e de se trazer paixão e prazer para o trabalho que se tem a fazer. Eu lhes dizia: - "Se tiverem de limpar banheiro, que o façam bem feito pra não fazer outra vez, e assobiando/cantando!" A liberdade para a criatividade ou para ponderar sobre as coisas também foi incentivada. É claro que não conseguimos dar apenas bons exemplos. Como um casal que se amava mas não se combinava muito, não fomos o exemplo que eu gostaria, contudo, por eles mesmos e apesar de nossas falhas, sairam-se muito bem! Como diriam minha mãe e avó: - " Melhor que a encomenda!" A árvore está velha e trincada, mas os frutos, doces! E isto é uma benção.
   Tenho orgulho dos 3  e sempre me sinto abençoada por Deus por vê-los conquistando saberes e valores que não são apenas as moedas, e por tentarem persistentemente deixar ao redor, a vida um pouco mais confortável ou melhor para os demais.
   Obrigada meus filhos! Obrigada a minhas noras que são excelentes companheiras e sabem incentivá-los  e cuidam para não podar deles, o melhor que eles tem.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"Quando o silêncio é de ouro!..."


Incrível como o silêncio é imprescindível! Não aquele de horas e horas de solidão, ou aquele em que não temos o que contar alegremente para o outro, mas o silêncio do "encontro" !
   Quando por 30' vamos meditar, ou fazer um Reiki,ou tirar aquele famoso cochilo que os homens tanto gostam, para o "encontro" com nossa tranquilidade interior e ficar mais centrados... Avisamos às pessoas:
" Vou meditar um pouquinho" e é o suficiente.
   Quando estamos escrevendo ou num processo criativo, precisamos do relativo silêncio para encontrar as idéias e palavras adequadas. Perdemos a inspiração se somos interrompidos pelo som alto da TV a repetir seguidamente e em tom sensacionalista, as notícias de crimes,mortes,acidentes.
  Quando estamos lendo, é o relativo silêncio que possibilitará a compreensão e o "encontro" com o autor, ou com a gente mesmo se queremos refletir. E quando principalmente trabalhamos em casa,precisamos algumas vezes do relativo e piedoso silêncio, quando por exemplo, em meio a tantas contas e números, precisamos ir ao "encontro" de um erro, uma diferença. E se alguém nos interrompe, neste momento, faz muita diferença a forma como a pessoa consegue ( ou não ) aceitar nosso pedido de ter uns minutos de paciência, para que possamos finalizar nosso trabalho de horas, de modo eficiente. Se a pessoa que nos interrompe, sente que precisa ter suas necessidades atendidas sempre prontamente e não tem paciência para esperar, exercendo pressão com outros barulhos, ou com insistência, nos sentimos agredidos. E se este comportamento se repete, quando a gente encontra um desafio inesperado pela frente no trabalho, e está com o tempo justo para terminar, por vezes acorre algo muito desagradável. A gente já fica tenso, quando a pessoa se aproxima, a mente fica bloqueada e sentimos desconforto com a presença da pessoa que assim nos pressiona, mesmo que quiséssemos evitar este sentimento. E, se a pessoa não se dá conta disto, é bem possível que, com o tempo nos sintamos violentados, de certa maneira. Este "desencontro" é uma pena e poderia ser evitado!
   Quando a gente trabalha em casa, é claro que se sabe que é necessária a Tolerância de ambos! Nada é tão importante assim, que não possa ser interrompido, para recebermos com um sorriso o outro, que vem nos dizer que está com fome, ou pedir uma ajuda no computador. Ninguém deve fazer o outro,escravo de seus caprichos, seja o interrompendo desrespeitosamente, seja esquecendo-se dele! Sabemos que, aquele que estiver num "momento criativo", por exemplo, facilmente se esquecerá do tempo, da fome e do outro! Mas, é sempre o bom senso e, na minha opinião a amizade e o respeito que sinalizará os limites. O que interrompe deve vir manso e o que é interrompido, deveria estar disponível a ouví-lo, pois com amizade e respeito, o carinho virá junto com estas atitudes. Então, além de termos prazer com a presença do outro, teremos um "encontro" verdadeiro entre duas individualidades.
   Hoje eu estava no meu quintal à tardinha, lendo e percebi como estes momentos de silêncio tem me feito bem! Não ser interrompida abrupta e insistentemente é muito bom...nos permite uma atitude mais ponderada e tranquila. O contrário me deixa nervosa.
   Bem, e como eu, que gosto do silêncio posso estar a escrever tantas palavras?? hehehe..... é que escrever ocupa muito espaço, mas em compensação, deixo ao outro a liberdade para ler em tom manso, no volume que quiser, no seu ritmo e no momento mais oportuno. rs......................
  Não sei se é o "silencio que é de ouro" ou o mais importante é o respeito, amizade, tolerância e bom senso.
Acho que uma mistura de tudo seria o ideal, não acham?


Fotos e texto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Breve história de um anjo e do meu "Butiquim"...

É uma história antiga, que me lembrou um tempo em que conheci um anjo...

Naquela época,eu me comunicava com pessoas diferentes e, no meio delas, fazia amigos, ouvia seus problemas, seus "causos", enquanto servia mesas, fazia patês, era chamada para participar das "prosas", cantava..até aprendi a beber para dividir a cerveja a fim de que o amigo ( meu anjo bêbado), não bebesse muito. Foi quando inventei de colocar gelo na cerveja...quanto ao "bebado", era por conta dele,ele mesmo se chamava assim, quando falava de si, mas era um delicioso amigo nosso, que todos gostávamos e...em anjo caído do céu em nossa casa,não se olham os dentes,não é?
Para mim,ele era um anjo, então, o chamava em pensamento de meu anjo bêbado, pois foi ele que compreendeu o que eu tentava explicar ao meu marido e, quando ele falava sôbre o mesmo assunto, sendo ele um homem,e eu via os dois conversando animadamente sôbre o espírito da coisa...eu não podia deixar de ver as asas, escondidas em suas costas, e agradecer em pensamento, por também animar algumas de nossas noites, depois de estarmos exaustos! Foi um tempo muito difícil,que passou, mas destes "papos e do grupo de amigos" sentimos saudades.
Texto e fotos : Vera Alvarenga
Música retirada da net, com autorização para ser pública.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

- " Como aprendi a me "prostituir"...e o fiz com gosto!


(contin. de -"Como o artesanato em Cerâmica entrou em minha Vida" )

Foi assim que, numa feira de artesanato que participei, uma pintora de um quadro que eu admirava,após conversarmos por 5 minutos, me chamou de lado e me deu um papel, com a Oração do Artista. Foi a resposta que eu procurava! Me enchi da certeza de que, fazer "coisas bonitas" com amor, colocar "boas energias" em meu artesanato, iria proporcionar aos meus clientes, o contato com o belo. E, há muito tempo eu sabia, que um ambiente organizado e bonito pode ajudar o ser humano a se sentir melhor. Pode lembrá-lo que é sua alma que também contém o belo, que o admira e o deseja também fora e perto de si. O belo em nós, reconhece e deseja aproximar-se de seu igual, que há no outro ou nos objetos. " O divino em nós respeita o divino que há no outro!"   Assim, convidei meu marido para fazermos do artesanato em cerâmica,nosso único "modo de sobreviver a crise".Eu sabia como fazer barro e idéia transformarem-se em um artesanato bonito e especial, e ele,com seu espírito empresarial, sabia como vender e transformar isto em dinheiro. Para minha alma de artista, era como aprisionar as asas da liberdade,em uma gaiola! Contudo, o dinheiro andava muito curto.
   Nossa "fábrica" artesanal caseira, como a chamei no início, quando não sabia o quanto seria importante, exigiu de mim aprender com meu marido, a disciplina, a concretude das necessidades do corpo, mais do que do espírito. Alimentar o corpo é fundamental e, de certo modo, heróico! Aprendi a ser mais humilde, a compreender,mais que nunca, aquela tola discussão sôbre a tão falada "prostituição da arte". isto era frescura. Eu aprendi, desde que fiz um curso de escultura com o renomado artista Calabrone, que grandes artistas tiveram sempre que fazer "múltiplos" ou grandes tiragens de algumas de suas obras, para poder sobreviver...que diria eu, uma ilustre desconhecida,que da arte nada sabia, a não ser a prática das pesquisas, que minha curiosidade me levavam a empreender!
   Fiquei indignada quando um cliente,proprietário de loja importante do Shopping Beira Mar, sugeriu-me fazer a ponte de Florianópolis em cinzeirinhos, e ainda escrever o nome da cidade! Sem dizer a ele, para não parecer presunçosa, presunçosamente pensei :
   - " Sou artista, gosto de criar peças diferentes, não sou uma fábrica ! ainda mais de cinzeirinhos ?!"
   Foi então, que aprendi a me "prostituir" !! E o fiz com gosto!
   Claro, de um modo que me fazia sentir recompensada..como eu sempre brincava : se eu tivesse que me prostituir, teria que ser com classe e com prazer!
   Fiz uma encomenda de muitas que vieram por anos e, aos poucos, fui introduzindo pratinhos e quadrinhos no lugar dos cinzeiros. Me tornei uma artesã. E foi assim que aprendi a respeitar o artesão, o que trabalha com sua criatividade, muito suor e amor, e busca aprimorar-se em seu trabalho!
   Este é o profissional que não tem falsa modéstia, porque acima de tudo, ele trabalha primeiro para contentar a seus próprios padrões de exigência, sabe o quanto isto lhe custa e no final, ao olhar seu trabalho, só o entrega ao cliente se puder orgulhar-se dele, não por ser perfeito, mas por saber que neste trabalho, está o melhor de si. Este é o tipo de artesã que sou.

(por favor, continue parte III )
texto: Vera Alvarenga
foto: Vera Alvarenga

domingo, 9 de maio de 2010

- " Como o Artesanato em Cerâmica entrou em minha Vida..."

   Ao mudar de cidade,em 2010,deixei para trás de vez, a atividade de ceramista. Estes 3 próximos posts e a exposição de fotos, é uma despedida e homenagem a todos os artesãos, e ceramistas (seu dia é o 28 de maio, dia em que, por "coincidência", faço aniversário !)
   Há 13 anos atrás,após uma séria crise financeira que durou 6 anos, meu marido,ex empresário que já tivera 600 funcionários,arregaçou as mangas e fazia qualquer serviço que aparecesse.  Havíamos deixado nossos filhos e amigos em São Paulo,para tentarmos viver nosso "destino", tentando evitar que nossos filhos, em vésperas de se casarem e o mais novo fazendo faculdade, tivessem que "rodar conosco ladeira abaixo".
   Eles eram jovens.Tinham força e impulso para continuarem suas vidas daquele ponto, com as bases que pudemos lhes dar, até então.Nosso destino era incerto,tínhamos de recomeçar "do nada". Contávamos apenas com o dinheiro a receber, da venda do ponto do nosso 2º restaurante, ao qual tinhamos dedicado os 2 últimos anos, mas que começava a nos dar prejuizo, porque o comprador do restaurante anterior, suspendeu inesperadamente o pagamento. Deste modo, nos mudamos para Florianópolis,em busca de uma vida mais "barata". Longe de tudo e todos que conhecíamos, nos aventurávamos mais uma vez, sem que eles pudessem presenciar cada detalhe desta luta: só nós dois, "por nossa conta e risco"... contudo, eu e meu marido estávamos juntos, unidos no mesmo barco, para o que desse e viesse e para mim, era o suficiente para encarar tudo, apenas como um desafio a mais para vencer.
   Pouco tempo após nossa mudança para aquela praia bucólica e sentindo-nos abençoados por Deus por podermos atravessar momentos de crise, em local tão bonito como aquele, veio um golpe que quase nos derrubou. O comprador do 2º ponto do restaurante que havíamos vendido, em pleno funcionamento e com 270 clientes, de repente também parou de pagar e, embora sua família continuasse a trabalhar no local, ele sumiu, o que impedia, a então cega "Justiça", entregar-lhe os papéis, que nos permitiriam continuar com um processo para receber o que nos devia! O dinheiro acabava.... e eu, comecei a ter problemas com minhas mãos, pois abusara muito do meu corpo nos 4 anos do restaurante. Deste modo, o artesanato que eu fazia e vendia aos poucos, começou a me parecer algo sem importância e supérfluo, diante da situação. Comecei a me perguntar se não deveria deixar "aquela mania de trabalhar com coisas bonitas", para arregaçar as mangas e também "fazer qualquer coisa", mais importante. Reconheço que Deus, nunca me deixou verdadeiramente, sem resposta....
   (por favor...veja continuação no próximo post )
texto: Vera Alvarenga
foto: Vera  Alvarenga

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Permanecer casada por Gratidão... Vale a Pena ?




Eles estão enfrentando um período difícil! São um casal amoroso, cúmplices, um do outro, que no momento encara desafios e mudanças profissionais que os mantem separados, em alguns dias por semana. Sobrecarregados com trabalho e viagens extras, ainda tem que transmitir segurança aos filhos pequenos, que estranham tais mudanças na rotina de suas vidas.
Quem já passou por isto, sabe como é. Nós, mulheres, nos sentimos inseguras, quando nosso homem sai para uma nova e dificil "aventura" no trabalho, deixando-nos preocupadas e sozinhas com tudo o que antes, era dividido. Além disto, temos que aguentar o mau-humor que sempre "sobra" para aquela (nós), com quem eles sabem que podem desabafar seu stress, sem que a sociedade os julgue " uns fracos".
Eu posso ver claramente o quanto eles se amam e estão a desperdiçar o tempo com grosserias ou dúvidas a  respeito deste amor, ao invés de perceberem que o grande vilão é, na verdade, o stress que vem com toda grande mudança e desafia nosso desejo de mantermos nossa vida confortável e sob controle.
Afinal, se a guerra bate à nossa porta e nos derruba do leito ( onde amorosa e calmamente fazemos amor), há que se tornar forte, colocar armaduras e sair valente para a batalha !
E, convenhamos, assim transformados, tanto o homem como a mulher, para enfrentar o inimigo (entenda-se as dificuldades da vida adulta), vestidos de coragem e da armadura que nos endurece a pele, preparados para golpear e nos defender, armados até os dentes... bem, difícil não "sobrar" algum golpe desferido cegamente, contra aquele pelo qual, tudo vale a pena!
No fundo a gente sabe que, tudo sempre vai dar certo, "se nos mantivermos unidos", apesar de tudo. É neste momento que percebo a necessidade de chamarmos para entrar em cena, nosso maior aliado - um sentimento que pode colocar tudo a perder, mesmo que ganhemos a batalha, se ele não estiver presente no palco - a Gratidão !
Neste momento, em que parece que fomos abandonados pelo outro que até ontem, era cúmplice... que parece que ele (ou ela) está sòmente a se preocupar com sua própria batalha pessoal, vaidade e desejo de ser um herói...é, neste momento,  imprescindível levarmos conosco, por baixo da armadura e dentro do  coração, o item mágico, único capaz de evitar que a dureza do aço cole em nossa pele, para sempre - a Gratidão !
Se não formos capazes de senti-la, por tantos outros momentos que passamos juntos, por tantas pequenas coisas que recebemos um do outro até um momento antes da guerra... até pelas idas ao supermercado ou farmácia ( o que nos poupou deste trabalho cansativo)... pela ajuda com os filhos pequenos ou com cargas maiores ( quando nosso corpo pedia mais alguns momentos de descanso), pelos olhares e atitudes de cumplicidade que pudemos trocar ... pela coragem de enfrentar o que não pudemos enfrentar sòzinhos... pelo incentivo ou elogio que nos ajudou a levantar a cabeça, quando pensávamos que o pescoço já havia quebrado... pelo abraço silencioso quando precisávamos tanto de aconchego... pelo chacoalhar dos ombros, quando a gente estava se deixando abater pela vida... pela comida e contas pagas no final de mais um mes... pelo dinheiro que um emprestou ao outro, quando o salário não deu... pelo perdão recebido quando a gente sabia que tinha cometido um erro imperdoável...enfim... se não pudermos carregar em nosso coração, para lembrar, a gratidão, antes de tudo o mais, então, sinto muito, mas metade da batalha já estará perdida!
Vai ser muito difícil e já entraremos nela, parte derrotados, pois lutaremos 2 batalhas - uma com a vida e outra com a parte melhor de nós- aquela que até ontem, podia acreditar que era amada e podia dar amor. E exatamente quando resolvemos acreditar que não somos amados, plantamos uma semente da discórdia, que nos enfraquece e deixamos o inimigo entrar. Nosso maior medo terá tomado conta de nós ! O medo de estarmos lutando por algo, que não fará mais sentido se perdermos o que mais nos interessa!
Então, tudo se confundirá em nossa mente. Já não saberemos mais se estamos lutando porque a dificuldade bateu a nossa porta, já que nem tudo aconteceu como planejávamos idealmente para nós e quem amamos. Podemos ser levados a crer, que o outro tem razão em duvidar de nosso intento, já que demoramos um pouco a guardar as armas, quando o motivo da batalha deixou de existir.
Talvez por isto, nas histórias e lendas, seja importante o simbolismo do herói (hoje homem ou mulher), que vai à luta longe de sua amada ( de sua capacidade de amar, de entregar-se docemente), para que ela não presencie como ele pode ser rude, na batalha. E ele ( hoje ele ou ela), pode lutar com coragem e bravura, porque tem como objetivo, trazer para ela os louros da vitória e então desnudar-se novamente, para receber o verdadeiro prêmio por sua conquista.
Hoje, homens e mulheres batalham juntos. É necessário que, durante a batalha, principalmente nós, mulheres ( mas também os homens, em algumas circunstâncias), possamos saber nos afastar um pouco, para evitar recebermos golpes dados às cegas e que não é o momento propício, para esperar que, nosso herói, se dispa para nós ( a menos que estejamos em terreno seguro).
Durante a batalha, não podemos deixar que a dúvida, plantada talvez pelo inimigo, se aproprie do que é nosso! E ao término, seria melhor, pedir perdão se cometemos abusos e ao mesmo tempo, mostrarmos que, em nosso coração, sempre houve o reconhecimento pelo que o outro é em nossa vida. Então, colocaremos  aos pés do nosso amado(a) os louros da vitória.
No momento que a vida exige de nós, total atenção, seja porque um bebê que depende de nós pra viver quer nosso seio para mamar, seja por outro problema , não é o momento certo para nos sentir preparadas(os) para fazer amor. Mas, se tivermos pelo outro a gratidão, viva em nosso coração, ela manterá a chama acesa a tal ponto, que teremos cuidado com o outro e poderemos até " dar uma escapadela" para um momento de idílio. Nossa amada (simbolicamente a capacidade de amar) não estará abandonada à própria sorte e não se deixará levar por inimigos e, nós, heróis, sentiremos nossas forças redobradas, pois andaremos de cabeça erguida em meio ao inimigo, que não poderá nos roubar o premio maior.
Sairemos vencedores ao final, qualquer que seja o resultado.
Ao pensar nisto, lá fui eu, escrever um email para meus amigos( resumindo tudo em poucas frases, claro !) , para lembrá-los disto. Passando em frente a um espelho, olhei para mim mesma e então, perguntei:
- " Ah! então é por isto, não é ? É por gratidão, que você está com um homem tão diferente de você, há tantos anos e depois de tantas batalhas? "
Alguns poderiam se ofender com isto, mas eu não. Se meu marido me dissesse que hoje, após 37 anos de casados, sente por mim, também uma enorme gratidão, eu me sentiria feliz. As pessoas que não sentem gratidão, também não se sentem amadas, pois nada lhes parece satisfazer, e acabam tendo de enfrentar sozinhas, o seu maior medo ( o de ficar sozinhas) !
Claro que gostaria,que meu homem tivesse podido perceber mais cedo, quando os motivos para as batalhas já não existiam... ou quando entrava em batalhas que não eram as dele... ou que ele pudesse ter demonstrado, mais vezes, seu amor por mim... mas sei que ele me ama, pelas pequenas coisas que recebo dele e, não me passam desapercebidas, não!
Posso dizer que foi algo que aprendi com a maturidade : Se a gente não conseguir sentir gratidão o suficiente para ficar com alguém, talvez não valha a pena mesmo, continuar... e
Quanto mais gratidão a gente sente, porque decidiu perceber as pequenas coisas que recebe, mais a gente se sente amada ! (e talvez isto não seja apenas uma ilusão, mas apenas a disposição para ver e receber uma expressão verdadeira de amor, que o outro pode dar ! )

E o que escrevi, entenda-se que pode servir tanto para homens como para nós, mulheres.
Abraço. Boa Semana!


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